A idade do tempo e o lugar do espaço

Na segunda exposição da série Eco)))o promovida pelo Yázigi, Paulo Pacini que também é curador da série com Célia Barros, expõe os seus trabalhos recentes junto com Ricardo Valise. Os dois artistas realizaram as obras especialmente para esta exposição.


Eco do tempo e eco dos lugares a mostra vem trazer à tona a noção de tempo, aquele que todos perdemos, e de espaço, aquele que não é de ninguém, mas nos representa.

Tempo e lugar são sinónimos do que a série Eco)))o quer trazer para a eficiência do dia a dia. O tempo é um recurso natural que não podemos desperdiçar. Apagar o tempo é apagar o lugar de onde nascemos.


Ricardo Valise expõe uma série de trabalhos feitos a partir de materiais já existentes. Ele é o artista do tempo, figura principal na construção do trabalho. As suas peças sempre tendem para o tridimensional. Paulo Pacini é o artista do lugar, nas suas telas a Serra da Mantiqueira aparece magistral mostrando-se intransponível no horizonte da visão.



Inauguração em São José dos Campos


5 comentários:

  1. Célia
    os exercicios estão ótimos e a questão do titulo me lembrou ´Rene Magritte e a pintura alemã dos anos 80.A pintura escrita e a escrita que é pintura.E percebi que o nome da exposição é tão forte que consegue sintetizar duas situações totalmente interligadas. O tempo e o espaço.O quanto q as pinturas do lugar tem um tratamento pictorico que conduz a um tempo, que seria o da contemplação e por isso talvez a luz focada nos situe com mais vigor diante da tela.Paulo, me surpreendi com as pinturas vendo-as num conjunto, gostei demais mesmo.Os objetos, esculturas (Agnaldo??)...tem o tempo passado presente que percebi pelos deslocamento de memória que ele provoca com os planos que cria e os vestígios de vida dos materiais que usa. Como ele chega em não lugares com elementos de rituais de qualquer tempo, penso que materiais com carga muito evidente de época e tradição como os panos estampados , fixam um lugar e um tempo,o do folclore (hoje?). Porém a integração dos outros materiais emociona exatamente por ser de todos os tempos. Parabéns pelo trabalho e vamos pensar numa estratégia de divulgação afinal a arte desse tempo esta num espaço e merece ser contemplada.

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  2. Olá Pitiu,

    Agradeço desde já o teu comentário tão enriquecedor, abrindo novas leituras das obras e da exposição em si. Penso que para os artistas este tipo de comentários, sejam aprovadores ou não, acrescentam possibilidades ao trabalho. É poder ver o próprio trabalho em que estamos imersos, com os olhos de outrem.
    Se a arte tem algo de comunicação ou como diz o Paulo, serve para se comunicar, o diálogo de ideias e impressões é fundamental.
    Não conheço esse texto do René Magritte, se o tiveres disponivel seria interessante postá-lo aqui.

    abraços,
    Célia

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  3. Olá Célia, olá à todos...

    Acabo de ler os comentários da Pitiu e realmente me identifiquei com eles. Confesso que ainda não havia parado para pensar nas impressões causadas pelas obras nas pessoas. Estive muito ocupado no processo de produção e execução das peças e ainda não tinha me dado conta dessa transformação das mesmas em "cidadãs do mundo" com voz própria e carregadas de suas histórias.
    Gostaria de aproveitar para agradecer por ter sido convidado à participar desse projeto, agradecer pela oportunidade de estar trabalhando ao lado de artistas tão especiais e curadores tão competentes, empenhados, ecléticos e poetas... Seus textos enriquecem meu curriculum, Célia!

    Abraços,

    Ricardo Valise

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  4. O tempo da contemplação. O tempo do artista, o tempo de quem vê o resultado. Me parece uma questão fundamental a ser percebida. Essa percepção, a medida que o trabalho segue existindo, aumenta minha responsabilidade. Nada melhor que isso. Valeu Pitiu, Célia!

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  5. Célia, desculpe-me. Da maneira que escrevi ficou parecendo uma citação a um texto do Magritte. Na verdade me referia a questão do título nas obras que voce menciona nos exercícios de arte educação. Magritte com as imagens realistas e o título negando a imagem (C'est pas une pipe- a pintura do cachimbo). E a pintura alemã dos anos 80 por retomarem a pintura com símbolos da época da guerra, escritos. desculpe-me, preciso cuidar mais da elaboração escrita. Lendo agora de novo o que escrevi, não faz sentido mesmo.Abraço.Pitiu

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