Notas sobre a exposição

Nesta exposição o trabalho de cada artista se complementa no outro. De um lado ferro oxidado, tecidos, linhas, caixas que emolduram uma composição de objetos, como se fossem relíquias. Tentativas de reelaborar o que passou e o que virá, preservando-o num espaço limitado: o lugar do tempo.

Do outro, desenhos inscritos em superfícies recortadas, paisagens que não oscilam ao vento, perderam a cor e viraram áreas planas com contornos delimitados: o lugar do espaço.

Para Valise tempo não tem idade, o que existe é apenas o presente: é aqui e agora que construo a matéria do tempo, passado e futuro. O objecto artístico surge como especulação daquilo que não se consegue reter, sacralizar vira vontade de conhecer.


Paulo Pacini vê a paisagem como elemento que constrói a identidade de um povo, que por sua vez faz parte da sua paisagem. A paisagem é vista como um ícone que transmite em poucos traços a essência da sua mundanidade.

2 comentários:

  1. Parabéns pelos textos e a idéia de como apresenta-lo.
    O texto do convite falando do tempo e do espaço me pareceu bem confuso na primeira leitura. Depois que lí as mensagens que trocaram entre vocês e que ficou mais claro.
    sucesso
    Gian

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  2. Olá Gian, obrigado pelo teu comentário.

    O texto do convite quer apenas sugerir os temas em que pensamos ao fazer a exposição, mas deixar as possibilidades de leitura totalmente abertas.

    É na troca de emails que detalhamos e explicamos melhor como os artistas fizeram as suas obras e todo o contexto de como foi pensada a exposição.

    Escrevi o texto de apresentação pensando na junção dos dois trabalhos. Aparentemente parecem muito diferentes mas olhando mais de perto vemos que a questão da memória está presente nos dois. A memória do tempo e a memória do espaço.
    É sobre esse ponto que focamos a exposição, embora não seja, talvez, o ponto central do trabalho de ambos. Em outras exposições, seguindo outras linhas de pensamento, ambos podem seguir para outras direções que aqui não foram pensadas.


    Abraços,
    Célia

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